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Ultrassom consegue identificar endometriose? Entenda o seu uso e os limites do exame

De acordo com a Dra. Thaline Neves, a ultrassonografia é um dos exames mais utilizados na rotina ginecológica, mas muitas mulheres ainda têm dúvidas sobre sua efetividade no diagnóstico da endometriose. Todavia, embora o exame seja acessível e amplamente utilizado, ele possui limitações importantes quando se trata de detectar todas as formas dessa condição. 

Por isso, é essencial compreender o que o ultrassom realmente pode oferecer e quando é necessário buscar métodos complementares. Pensando nisso, neste artigo, você vai entender como o ultrassom atua na detecção da endometriose, quais são seus limites e em que situações ele pode ser um aliado importante no diagnóstico.

O que é endometriose e por que seu diagnóstico é desafiador?

A endometriose é uma condição inflamatória crônica em que o tecido semelhante ao endométrio, que normalmente reveste o útero, cresce fora dele. Esse tecido pode se espalhar por diversos órgãos, como ovários, trompas, bexiga e intestino, gerando sintomas intensos e, muitas vezes, debilitantes.

Entenda com a Dra. Thaline Neves até que ponto o ultrassom é eficaz na identificação da endometriose e quando outros exames são necessários.
Entenda com a Dra. Thaline Neves até que ponto o ultrassom é eficaz na identificação da endometriose e quando outros exames são necessários.

Segundo Thaline Neves, o diagnóstico da endometriose costuma ser complexo, já que os sintomas variam amplamente entre as pacientes e podem se confundir com outras doenças. Além disso, muitas mulheres convivem com os sinais por anos antes de receberem um diagnóstico adequado, o que torna os exames de imagem peças-chave na investigação clínica.

O ultrassom consegue identificar endometriose superficial?

O exame de ultrassonografia transvaginal convencional possui limitações consideráveis para a detecção da endometriose superficial. Isso ocorre porque as lesões mais leves geralmente não são visíveis ao ultrassom, especialmente quando não há comprometimento de órgãos profundos ou cistos visíveis nos ovários.

Como destaca a médica proprietária da Clínica View, Thaline Neves, o ultrassom padrão não é suficiente para mapear adequadamente lesões pequenas, que são comuns nas formas iniciais da doença. Nesses casos, a sensibilidade do exame é reduzida, e o diagnóstico pode depender da associação entre a avaliação clínica e outros métodos de imagem mais específicos.

Quando o ultrassom é eficaz para detectar endometriose?

Em contrapartida, o ultrassom pode ser bastante eficaz na detecção de formas mais avançadas da doença, especialmente quando há comprometimento intestinal, cistos endometrióticos (endometriomas) nos ovários ou espessamentos visíveis nas regiões pélvicas.

Conforme ressalta a Dra. Thaline Neves, quando realizado por profissionais capacitados e com preparo intestinal adequado, o ultrassom com mapeamento transvaginal é capaz de identificar lesões profundas com maior precisão. Dessa forma, esse tipo de exame é considerado uma ferramenta útil no rastreamento da endometriose profunda, sobretudo quando há suspeita de aderências ou acometimento do intestino e bexiga.

Quais são os limites do ultrassom no diagnóstico da endometriose?

Apesar dos avanços nas técnicas de imagem, o ultrassom ainda não é um exame definitivo para todos os casos de endometriose. Isto posto, suas principais limitações incluem:

  • Baixa sensibilidade para lesões superficiais: pequenas infiltrações na pelve, comuns nas fases iniciais da doença, muitas vezes não são detectadas.

  • Dependência da habilidade do profissional: a experiência do médico que realiza e interpreta o exame é fundamental para a acurácia dos resultados.

  • Necessidade de preparo intestinal: sem esse preparo, algumas regiões importantes podem não ser adequadamente visualizadas.

Esses fatores mostram que, embora o ultrassom possa ser um bom aliado, ele não substitui uma avaliação clínica criteriosa nem, em alguns casos, exames como a ressonância magnética ou a videolaparoscopia diagnóstica.

A ultrassonografia é uma aliada, mas não deve ser o único recurso

A ultrassonografia tem papel importante na investigação da endometriose, especialmente nas formas mais avançadas e com lesões visíveis. No entanto, como pontua Thaline Neves, o exame possui limitações que exigem a combinação com outros métodos e com a escuta atenta aos relatos da paciente. Logo, entender os benefícios e as barreiras do ultrassom no diagnóstico da endometriose ajuda a tornar o processo mais eficiente, direcionando melhor os recursos e reduzindo o tempo até a confirmação da doença.

Um diagnóstico que exige atenção multidisciplinar e avaliação individual

Em última análise, a endometriose é uma doença complexa e multifacetada. O ultrassom, quando bem conduzido, é uma ferramenta valiosa, mas não deve ser visto como solução única. Assim sendo, cada caso precisa ser analisado com cuidado, respeitando as particularidades da paciente e utilizando os recursos diagnósticos disponíveis de forma estratégica. Por isso, o acompanhamento contínuo e individualizado com especialistas é o caminho mais seguro para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz.

Autor: Kozlov Lebedev

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