O mercado do futebol feminino mundial começou aquecido como nunca em 2024. Em apenas três semanas, o recorde de maior transação da modalidade foi quebrado duas vezes. Terça-feira, o Bay FC, novo time dos Estados Unidos, tirou do Madrid CFF a atacante Racheal Kundananji, de Zâmbia, no maior valor da história: 805 mil euros (R$ 4,3 milhões), sendo 75 mil euros condicionados à performance (20 gols em sua primeira temporada nos EUA).
A nova contratação mais cara da história do futebol feminino supera em 60% a marca anterior, que durou menos de três semanas. No dia 26 de janeiro, a colombiana Mayra Ramírez trocou o Levante, também da Espanha, pelo Chelsea, da Inglaterra, em uma transação total no valor de 500 mil euros (R$ 2,6 milhões) – 90% fixos e os 50 mil euros restantes como bônus por resultados.
Além da evolução financeira, o futebol feminino internacional também demonstrou com as duas transações recentes um olhar globalizado, valorizando jogadoras de fora dos dois grandes centros da modalidade, Europa e Estados Unidos. No caso de Racheal, sua contratação entra para a história do futebol africano: é a primeira vez que o continente possui o recorde mundial em uma transação futebolística, seja entre homens ou mulheres.
Ranking de transações internacionais em 2022 mostra brasileiras em segundo lugar
Veja as cinco transações mais caras da história do futebol feminino:
2024 – Racheal Kundananji (ZAM), do Madrid CFF para o Bay FC por 805 mil euros
2024 – Mayra Ramírez (COL), do Levante para o Chelsea, por 500 mil euros
2022 – Keira Walsh (ING), do Manchester City para o Barcelona por 460 mil euros
2020 – Pernille Harder (DIN), do Wolfsburg para o Chelsea por 350 mil euros
2019 – Samantha Kerr (AUS), do Chicado Red Stars para o Chelsea por 300 mil euros
Bay FC contrata cinco jogadoras do futebol europeu
Aos 23 anos, Racheal assinou contrato até 2027 com o Bay FC, com possibilidade de extensão por mais uma temporada, após chamar a atenção dos dirigentes americanos com os 25 gols que fizeram dela a vice-artilheira do Campeonato Espanhol Feminino em 2022/23. Ela deixa o Madrid CFF com oito gols nas 17 rodadas disputadas na temporada atual.
- Estamos felizes de trazer a Racheal para o nosso grupo. Ela é um tremendo talento, com sua dinâmica de ataque e físico incrível. Racheal tem frieza diante do gol e uma habilidade natural para fazer gols de diferentes maneiras e de vários pontos do campo. Acreditamos que ela vai continuar crescendo e se desenvolvimento na nossa equipe – afirmou a gerente geral do Bay FC, Lucy Rushton, ao site do clube.
Nova franquia na National Women’s Soccer League (NWSL), o campeonato feminino dos EUA, o Bay FC foi às compras no mercado europeu em busca de reforços internacionais para a sua temporada de estreia.
Além de Racheal, o time californiano, baseado em São Francisco, conta com outras duas atacantes africanas no elenco: a nigeriana Asisat Oshoala (ex-Barcelona) e a ganesa Princess Marfo (ex-Nordsjaelland, da Noruega). Do Arsenal, veio a defensora escocesa Jen Beattie, e do Manchester City, a atacante venezuelana Deyna Castellanos.