Como ressalta Ediney Jara de Oliveira, esse movimento não é apenas pauta ambiental: representa nova fronteira de competitividade, capaz de abrir mercados, reduzir despesas operacionais e atrair investimentos alinhados a práticas sustentáveis. A economia circular ganhou protagonismo como alternativa ao modelo linear tradicional (extrair, produzir, descartar) que pressiona recursos naturais e gera custos crescentes às empresas. A lógica circular propõe reinserir materiais, prolongar ciclos de vida e redesenhar processos para reduzir desperdícios.
Por que a economia circular se tornou prioridade global?
O aumento do consumo, a escassez de recursos e a instabilidade climática criaram ambiente em que eficiência deixa de ser diferencial e passa a ser exigência. Na perspectiva de Edinei Jara de Oliveira, países e empresas que dependem de matérias-primas importadas percebem que reaproveitamento, reciclagem e inovação em materiais ajudam a reduzir vulnerabilidade e custos.
Ao mesmo tempo, consumidores pressionam por produtos duráveis, reduzindo a lógica descartável que marcou décadas anteriores. Essa mudança de expectativa leva grandes fabricantes a repensar design, logística reversa e modelos de serviço.
Modelos de negócio que surgem com a lógica circular
A economia circular abre espaço para modelos de negócio que antes pareciam inviáveis em escala. Plataformas de revenda, aluguel de produtos, compartilhamento de ativos, recondicionamento de equipamentos e venda de serviços em vez de objetos físicos ganham destaque. Para Ediney Jara de Oliveira, empresas que conseguem transformar produto em serviço (como manutenção, atualização ou assinatura) reduzem descarte e criam relacionamentos de longo prazo com clientes.
Outra frente relevante está nos materiais. Setores como moda, construção, eletrônicos e embalagens aceleram pesquisas sobre fibras recicladas, componentes modulares e insumos biodegradáveis. A capacidade de retornar materiais ao ciclo produtivo com qualidade tecnicamente aceitável torna-se vantagem econômica.
Logística reversa e cadeias produtivas mais inteligentes
Para que a economia circular funcione, cadeias produtivas precisam ser redesenhadas. A logística reversa (recuperação de materiais após o uso) exige sistemas de coleta eficientes, triagem adequada e parcerias entre fabricantes, varejistas e recicladores. De acordo com Edinei Jara de Oliveira, países e empresas que integram dados, rastreamento e planejamento conseguem reduzir desperdícios e transformar resíduos em insumos competitivos.

Tecnologias como sensores, inteligência artificial e análise de ciclo de vida ajudam a identificar gargalos, medir impacto ambiental e orientar decisões sobre composição de produtos. Esse conhecimento permite otimizar rotas, dimensionar fluxos de materiais e planejar investimentos em infraestrutura circular.
Reguladores, investidores e consumidores impulsionando a mudança
Regulações ambientais, metas de redução de resíduos, restrições a plásticos de uso único e exigências de conteúdo reciclado aceleram a adoção da economia circular. Investidores institucionais também direcionam capital para empresas capazes de demonstrar métricas claras de circularidade, evitando riscos associados a cadeias pouco eficientes. Conforme explica Edinei Jara de Oliveira, esse alinhamento entre políticas públicas, capital e comportamento do consumidor cria ambiente favorável à inovação.
Empresas que antecipam essas exigências conquistam certificações, ampliam mercados e se posicionam de forma diferenciada perante clientes corporativos que precisam cumprir compromissos ambientais. Negócios que resistem ao movimento tendem a enfrentar custos mais altos e restrições de acesso a mercados exigentes.
Competitividade e oportunidades econômicas da circularidade
A economia circular gera oportunidades para startups, indústrias, varejistas e prestadores de serviço. Recuperação de materiais, desenvolvimento de tecnologia de reciclagem, plataformas digitais de compartilhamento, serviços de reparo e sistemas de rastreabilidade ganham relevância crescente. Como resume Ediney Jara de Oliveira, empresas que inovam em circularidade reduzem despesas com matéria-prima, fortalecem reputação e aumentam resiliência diante de choques externos.
Ao transformar resíduos em recursos e prolongar ciclos de vida, organizações constroem vantagem competitiva sustentável. A lógica circular amplia a eficiência, reduz vulnerabilidade e conecta negócios às prioridades globais de redução de impacto ambiental. Em um mundo em que produtividade e sustentabilidade caminham juntas, a economia circular se consolida como estratégia essencial para quem deseja competir com consistência nos próximos anos.
Autor: Kozlov Lebedev




