O futebol brasileiro dá um passo decisivo rumo à modernização e à transparência financeira com a oficialização, pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), do grupo de trabalho que elaborará as bases do Fair Play Financeiro. A medida visa estabelecer práticas sólidas de governança nos clubes, com foco na sustentabilidade econômica das agremiações. Ao todo, 32 clubes de diferentes regiões do país foram selecionados para participar ativamente desse projeto, entre eles três representantes gaúchos: Grêmio, Internacional e Juventude.
A assinatura do documento que consolida a composição do grupo aconteceu em um momento importante para o futebol nacional, em que a necessidade de controle das finanças dos clubes ganha urgência diante dos desequilíbrios econômicos que assolam as equipes. O presidente da CBF, Samir Xaud, reforçou a prioridade que a gestão atual dá ao tema, mantendo o Fair Play Financeiro como uma das metas principais para o mandato até 2029.
A ideia central do Fair Play Financeiro é promover maior responsabilidade na administração dos recursos dos clubes, incentivando o equilíbrio entre receitas e despesas e evitando endividamentos excessivos que possam comprometer a saúde financeira das instituições. Além disso, o programa pretende oferecer diretrizes claras para as transações comerciais, contratações e investimentos dentro do futebol brasileiro.
Entre os clubes convidados para compor o grupo de trabalho, há uma representatividade diversificada, garantindo a pluralidade regional e a participação tanto de clubes tradicionais e grandes, como Flamengo, Palmeiras e Corinthians, quanto de equipes emergentes que vêm conquistando espaço no cenário nacional. A presença de Grêmio, Internacional e Juventude mostra a importância dos times gaúchos no debate sobre a sustentabilidade financeira.
O grupo formado terá a responsabilidade de analisar as melhores práticas internacionais e adaptar as regras do Fair Play Financeiro à realidade brasileira, respeitando as particularidades do nosso futebol e das estruturas administrativas existentes. O planejamento é que o documento com as bases seja apresentado até novembro, momento em que a CBF espera contar com um consenso sólido para iniciar a implementação.
Esse movimento da CBF representa um avanço para o futebol brasileiro, que historicamente convive com problemas de gestão e dívidas acumuladas. A introdução do Fair Play Financeiro pode significar uma mudança de paradigma, fazendo com que os clubes tenham mais disciplina fiscal e maior capacidade de planejamento de longo prazo, garantindo a competitividade sustentável.
Para os clubes gaúchos, a participação no grupo de trabalho é uma oportunidade estratégica para influenciar diretamente nas normas que irão regular as finanças do futebol. Grêmio, Internacional e Juventude poderão defender suas realidades e necessidades, contribuindo para uma solução que beneficie todo o sistema esportivo e evite crises financeiras que afetem o desempenho dentro e fora dos gramados.
Com o Fair Play Financeiro, o futebol brasileiro almeja recuperar sua credibilidade no cenário mundial, alinhando-se a modelos já consolidados em outras partes do globo. O desafio é grande, mas a união dos clubes, da CBF e das federações regionais mostra um compromisso firme em transformar a gestão do futebol, garantindo que o espetáculo dentro de campo seja sustentado por bases sólidas e responsáveis.
Autor: Kozlov Lebedev