Em meio às fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a última terça-feira, uma onda de solidariedade e tecnologia tem sido crucial para salvar vidas. Até o último domingo, mais de 20 mil pessoas foram resgatadas graças a esforços conjuntos que incluem o uso de drones e outras tecnologias avançadas.
A Força Aérea Brasileira (FAB) tem desempenhado um papel fundamental nesse processo, utilizando drones RQ-900, conhecidos como Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP). Esses drones, localizados na base aérea de Santa Maria, possuem mais de 10 câmeras de alta resolução e uma autonomia de voo de mais de 30 horas, permitindo monitorar vastas áreas e localizar pessoas isoladas em situação de risco.
Além dos drones, a FAB mobilizou um grande número de recursos, incluindo quatro aeronaves, 30 helicópteros, 85 equipamentos de engenharia, 182 embarcações e 866 viaturas. A recomendação é que, ao avistar ou ouvir a aeronave, as pessoas que precisam de resgate saiam dos abrigos e façam sinais visíveis para facilitar a identificação.
A empresa israelense Elbit Systems, fabricante do drone Hermes 900, informou que o modelo, inicialmente projetado para missões militares, também é eficaz em aplicações civis, como patrulha de fronteira, combate a desmatamento, proteção contra vazamentos de óleo e resgates em inundações. No Brasil, esses drones foram utilizados pela primeira vez durante a Copa do Mundo de 2014 para monitoramento de segurança.
Outro recurso importante tem sido o aplicativo SOS RS, desenvolvido por professores da UniRitter. O aplicativo permite que grupos de voluntários e pessoas que precisam de ajuda informem sua localização e a quantidade de pessoas necessitando de resgate. A Defesa Civil e voluntários com equipamentos de resgate têm acesso a essas informações, facilitando a coordenação dos esforços de resgate.
Plataformas online como Voaa e Benfeitoria também têm sido utilizadas para arrecadar doações para grupos e instituições que estão ajudando os moradores afetados. Instituições como o Instituto Razões, a Central Única das Favelas e a Ação da Cidadania estão entre as beneficiadas.
A solidariedade tem sido um fator crucial neste momento. Sandra Henriques, uma das professoras envolvidas na criação do aplicativo SOS RS, destacou a importância da colaboração de todos. “Qualquer pessoa que tenha condições de ajudar, com embarcações ou carros 4X4, pode se integrar aos grupos de resgate e ampliar o número de vítimas salvas”, afirmou.
Para aqueles que desejam doar itens, a rede de agências dos Correios nos estados de São Paulo, Paraná e parte do Rio Grande do Sul está recebendo alimentos, produtos de higiene pessoal, material de higiene seco e itens de vestuário para destinar aos moradores das regiões afetadas.
A combinação de tecnologia avançada e solidariedade humana tem sido essencial para enfrentar essa crise sem precedentes no Rio Grande do Sul, demonstrando como a inovação pode salvar vidas em situações de emergência.
