No cenário esportivo, a política frequentemente se entrelaça com o futebol, especialmente no que diz respeito a investimentos e projetos de infraestrutura que podem impactar diretamente as equipes. No futebol gaúcho, os clubes de Porto Alegre, como Grêmio e Internacional, já sentiram o impacto de decisões políticas, tanto em nível estadual quanto municipal. Em 2025, esse entrelaçamento entre futebol e política continua a moldar o futuro das duas maiores equipes do Rio Grande do Sul, com projetos de modernização de estádios e o apoio ao esporte como um motor de desenvolvimento social.
Em uma recente reunião com o governo estadual, os dirigentes do Grêmio e Internacional discutiram propostas de melhoria e ampliação das suas arenas. No caso do Grêmio, que jogou boa parte da temporada 2025 no Estádio Arena, há uma cobrança para que o governo estadual libere recursos para aumentar a capacidade da casa gremista e também melhore a infraestrutura ao redor do estádio, com a criação de zonas comerciais e melhor acesso para os torcedores. A proposta, que visa não apenas o benefício esportivo, mas também o crescimento econômico da região, depende de apoio e ação governamental.
O Internacional, por sua vez, está tentando viabilizar a reforma de seu estádio, o Beira-Rio, para se alinhar com as exigências da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e das competições internacionais. Durante o ano de 2025, o clube tem feito lobby para conseguir mais recursos públicos para o Beira-Rio, além de buscar apoio de políticos estaduais que defendem o aumento de investimentos em projetos esportivos como forma de promover a cidade e o estado. A questão dos investimentos em infraestrutura, como novos vestiários e áreas de entretenimento para os torcedores, segue como uma pauta importante nas discussões políticas envolvendo o futebol gaúcho.
Além das melhorias nos estádios, o cenário político também impacta as questões relacionadas a incentivos fiscais para o futebol, incluindo possíveis isenções de impostos para as equipes locais. Acredita-se que esse tipo de medida pode ajudar a aliviar a pressão financeira sobre os clubes e permitir investimentos mais robustos em contratações e infraestrutura. Esses benefícios fiscais, no entanto, exigem o apoio de parlamentares que compreendam a importância do futebol para a economia do estado, além da sua relevância cultural e social.
No âmbito municipal, a relação política também influencia diretamente a logística dos jogos. O prefeito de Porto Alegre, por exemplo, tem trabalhado para aumentar a segurança e melhorar o transporte público durante os dias de jogo, a fim de garantir maior conforto e segurança para os torcedores, além de promover um ambiente mais agradável nas áreas ao redor dos estádios. O governo municipal tem se mostrado interessado em fortalecer a relação entre esporte e cidadania, buscando transformar os estádios em centros de convivência para as comunidades locais.
Em meio a isso, as lideranças políticas estaduais também se posicionam sobre a importância do futebol para o estado do Rio Grande do Sul. O governador, em recente evento, ressaltou que as equipes de Porto Alegre são vitais para a identidade do estado e que o governo está comprometido em apoiar o crescimento das infraestruturas esportivas. Ele sugeriu que o governo do estado poderá colaborar mais diretamente com os clubes, buscando, além de melhorias no estádio, o fortalecimento da base e dos projetos de categorias de base, que são um pilar para a formação de novos talentos no futebol gaúcho.
Por outro lado, críticos argumentam que o foco excessivo em investimentos públicos no futebol pode ser prejudicial, especialmente quando comparado com outras áreas essenciais, como saúde e educação. Existe uma pressão constante por parte da sociedade para que os governos não invistam recursos públicos de forma desigual, favorecendo algumas áreas e deixando outras desassistidas. Contudo, os defensores do apoio ao futebol afirmam que, além de ser uma forma de lazer e diversão para milhões de pessoas, o futebol também é um fator importante na geração de empregos e no aumento da visibilidade do estado, tanto nacional quanto internacionalmente.
Portanto, a política e o futebol gaúcho continuam a ter uma relação estreita e complexa em 2025, com interesses divergentes, mas também com uma agenda de benefícios mútuos. As próximas eleições municipais e estaduais poderão ser decisivas para definir o rumo dessa parceria entre esporte e política no Rio Grande do Sul, sendo crucial que os políticos levem em consideração o poder transformador e econômico que o futebol tem para a região.
Autor: Kozlov Lebedev
