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Geração de Enzos: O Impacto no Declínio do Futebol Brasileiro

 

A Seleção Brasileira vive um momento de crise, e a chamada Geração de Enzos está no centro do debate. Após a goleada sofrida por 4 a 1 contra a Argentina nas Eliminatórias da Copa de 2026, o jornalista Fabio Sormani apontou essa geração como culpada pelo declínio do futebol brasileiro. Ele critica a idolatria cega pela Premier League e pelos jogadores que atuam na Europa, muitas vezes supervalorizados em detrimento de talentos locais. A Geração de Enzos simboliza uma mentalidade que prioriza o glamour estrangeiro. Isso afeta escolhas técnicas e a identidade do futebol nacional. Vamos analisar como esse fenômeno está moldando o esporte no Brasil.

A Geração de Enzos ganhou esse nome por representar jovens torcedores e analistas fascinados pelo futebol europeu. Para Sormani, essa obsessão leva a convocações questionáveis, como a de Murillo, zagueiro do Nottingham Forest, em vez de nomes como Murilo, do Palmeiras. A Geração de Enzos exalta jogadores da Premier League mesmo quando seu desempenho na Seleção é mediano. Esse padrão reflete uma desconexão com as raízes do futebol brasileiro, historicamente marcado por criatividade e técnica. A derrota em Buenos Aires expôs essa fragilidade. O Brasil parece ter perdido sua essência.

O impacto da Geração de Enzos vai além das convocações e atinge a formação de jogadores. Clubes brasileiros exportam talentos cada vez mais cedo, seduzidos pelo mercado europeu. Isso enfraquece o Campeonato Brasileiro, que já não retém craques por tempo suficiente para amadurecerem localmente. A Geração de Enzos aplaude essa migração, mas ignora o custo: a Seleção Brasileira sofre com atletas que brilham em seus clubes europeus, mas não rendem com a amarelinha. Nomes como Vinicius Jr. e Raphinha exemplificam essa dualidade. A identidade coletiva do time se dissolve.

A crítica à Geração de Enzos também aponta para uma mudança cultural entre os torcedores. Antes, o Brasil celebrava seus ídolos caseiros, como Zico e Romário, que dominavam o cenário nacional antes de partirem. Hoje, a Geração de Enzos valoriza mais a estética e os números da Premier League do que o futebol raiz jogado aqui. Essa mentalidade influencia até os técnicos, como Dorival Júnior, pressionados a escalar “europeus” para agradar a opinião pública. O resultado é um time sem coesão, como visto na goleada histórica contra a Argentina. A torcida sente o vazio.

Por outro lado, nem todos concordam que a Geração de Enzos seja a única vilã. O futebol brasileiro enfrenta problemas estruturais profundos, como a má gestão da CBF e a falta de investimento em categorias de base. A Geração de Enzos pode ser apenas um sintoma dessa crise, não a causa principal. Ainda assim, o apego exagerado ao futebol europeu dificulta a busca por soluções internas. O Brasil precisa resgatar sua confiança no talento local, algo que a Geração de Enzos parece menosprezar. A dependência externa está custando caro.

A goleada para a Argentina foi um marco negativo que escancarou as fragilidades da Geração de Enzos. Foi a maior derrota do Brasil nas Eliminatórias, superando até os 3 a 0 para o Chile em 2000. O desempenho pífio em Buenos Aires reacendeu o debate sobre o comando de Dorival Júnior e a escolha de jogadores. A Geração de Enzos defende nomes da Premier League, mas o resultado em campo não justifica a aposta. A Seleção Brasileira precisa de uma reformulação que vá além de nomes e olhe para a essência do jogo brasileiro. O caminho atual é insustentável.

A solução para o impacto da Geração de Enzos passa por um equilíbrio. Valorizar o futebol europeu não é errado, mas o Brasil não pode abandonar sua própria escola. Clubes locais devem investir em infraestrutura e técnica, enquanto a CBF precisa planejar melhor as convocações. A Geração de Enzos pode aprender a apreciar o Brasileirão sem perder o olhar global. Exemplos como o Palmeiras, com seus Murilos e jovens promissores, mostram que há vida fora da Europa. O futebol brasileiro tem potencial para se reerguer, mas precisa de identidade.

Por fim, a Geração de Enzos é um reflexo dos tempos modernos, mas também um desafio ao futuro do futebol brasileiro. O Brasil não pode se render totalmente à lógica europeia e esquecer sua história de cinco Copas do Mundo. A crítica de Sormani à Geração de Enzos é um alerta: é hora de repensar prioridades e resgatar o orgulho nacional. O futebol brasileiro está em xeque, e superar essa crise exige mais do que escalar “europeus”. A paixão e a técnica que nos definiram precisam voltar ao centro do jogo.

Autor: Kozlov Lebedev
Fonte: Assessoria de Comunicação da Saftec Digital

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